Desde há dois anos, que o sentimento de segurança e bem-estar da população tem vindo a ser abalado, com o aparecimento da pandemia COVID-19. De referir, também, uma consequente crise socioeconómica que colocou todos à prova e deixou as pessoas emocionalmente mais instáveis, inseguras e sem qualquer esperança sobre o futuro.
Atualmente, em pleno ano 2022, em que as pessoas esperavam ansiosamente pelo fim da pandemia, são confrontadas com uma Guerra e todas as suas consequências desastrosas.
Sim, é verdade que a Guerra está a milhares de quilómetros de nós, mas a Guerra afeta-nos a todos, direta ou indiretamente, na medida em que nos sentimos próximos e empáticos e partilhamos um sentimento de injustiça, quando assistimos, constantemente, a noticias sobre a situação da Guerra na Ucrânia.
Deste modo, é perfeitamente normal que nos deparemos com diversas emoções e/ou sentimentos menos bons, reativos a esta situação, e que possam aumentar a nossa vulnerabilidade, bem como ameaçar a nossa saúde e bem-estar físico e psicológico.
Contudo não depende de nós, nem temos capacidades e/ou habilidades para alterar este tipo de situações/acontecimentos mundiais. Cabe sim, a cada um de nós adaptarmo-nos, fazermos e contribuirmos com o que estiver ao nosso alcance e procurarmos regularizar e atenuar as nossas emoções/sentimentos, para lidar de uma forma mais adequada com esta situação.
Entre outras estratégias de regulação e autocontrolo emocional para lidar com este tipo de acontecimentos, podemos:
- Identificar, aceitar e lidar com as nossas emoções e sentimentos;
- Limitar a exposição constante a noticias – consultar as notícias 1 a 2 vezes por dia é o ideal para estarmos informados sobre o assunto. Não ajuda muito estar constantemente a assistir a todos os detalhes daquilo que está a acontecer;
- Consultar e pesquisar fontes credíveis e verdadeiras de informação, evitando tudo o que não seja fidedigno e/ou verdadeiro e que nos leve a desinformação e/ou ideias erradas sobre o assunto;
- Evitar pensamentos autodestrutivos/ catastróficos – é preferível viver no presente e um dia de cada vez, procurando ser criativos e adaptarmo-nos às mudanças e desafios que vão sendo colocados;
- Reforçar a relações interpessoais e/ou falar com familiares e/ou amigos – “um problema partilhado é metade do problema”;
- Manter uma rotina e realizar atividades de lazer;
- Investir no autocuidado (cuidar de si), contribuindo para o bem-estar físico e psicológico;
- Alimentar a esperança no futuro, apoiando e contribuindo da forma que acharmos mais adequada, de modo a aumentar a nossa perceção de controlo sobre a situação que vivenciamos;
- Procurar ajuda e garantir a Saúde Psicológica e bem-estar, junto de um profissional de saúde mental, seja ele Psicólogo e/ou Psiquiatra.
Drª Tânia Saldanha – CP 16481